quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A República “Varguista” 1930-1945 [fichamento]

Em 1930 surgiu a revolução por conta da confluência de interesses diversos, reunindo elementos descontentes com os rumos do país. Os grupos dirigentes dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba romperam com a facção paulista por conta da tentativa da oligarquia paulista de continuar no poder, ou seja, os paulistas iriam romper com o acordo existente de alternância com o grupo mineiro do PRM.

O fim da chamada “Republica Velha” se deu após os três estados unirem força e rumar com suas tropas rebeldes em direção ao governo federal, que situava no Rio de Janeiro. Em poucas semanas, estas tropas forçaram o governo federal a renunciar e puseram fim ao sistema que estava em vigor desde 1889.

Entre 1930 e 1945, houve fases distintas que não proporcionaram um desenvolvimento linear, posto que nos primeiros anos, o rumo na direção do autoritarismo ainda não parecia evidente. E o motivo desta não evidência está no rico quadro que se deu após a Revolução de 1930 que promoveu um ambiente propício a experiências partidárias.

No ano de 1922, os partidos se organizaram para disputar as eleições da nova Assembléia Constituinte. Algumas reformar foram implantadas no sistema eleitoral na tentativa de corrigir a falha existente e a corrupção que já era uma prática tradicional na política brasileira – herança do Brasil império. O Voto secreto e a conquista do direito ao voto por parte das mulheres seria a principal inovação assegurada pelo código Eleitoral de 1932.

Durante a primeira fase do governo Vargas, duas experiências partidárias se destacou: AIB (Ação Integralista Brasileira) e a ANL (Aliança Nacional Libertadora) – que era apenas uma cobertura legal para o clandestino Partido Comunista Brasileiro. O destaque destes dois partidos se dá principalmente pelo fato deles promoverem comícios, passeatas e principalmente, conseguiam atrair a participação de multidões em suas campanhas.

Em 1922, teve início o partido PCB, porém, só foi ganhar certa força política a partir de 1930, por conta de uma série de fatores: expansão dos setores modernos, trabalhadores e classes médias urbanas, fruto da expansão industrial e das cidades; o período de experimentação política que tornou a opinião publica suscetível a novas idéias e propostas; e o declínio mundial do liberalismo e principalmente pela filiação de Luiz Carlos Prestes, que era uma das figuras mais populares do Brasil à época.

O PCB despertava em meio ao seu crescimento um grande temor. Tal temor se devia a dois fatores: O partido era acusado de atentar contra a ordem interna e pelo suposto comprometimento com uma conspiração de âmbito mundial sediada em Moscou.

E, por fim, em 1937, Getúlio Vargas deu um golpe de Estado e implantou uma ditadura, que fora batizado de “Estado Novo”. Este regime criado por Vargas tinha muito de ditadura pessoal, bem ao estilo latino-americano. E insatisfeitos com a relutância de Vargas em lhes abrir espaço no governo, os integralistas resolveram tentar chegar ao poder através da força, mas foram derrotados e suas sedes fechadas.

Do golpe de Estado até o fim da Segunda Guerra Mundial, a vida política brasileira ficou restrita apenas ao circulo do grupo ocupantes do aparato estatal. Após a Segunda Guerra, ventos liberais abalaram as estruturas do autoritarismo Varguista.

Conclusão

Este texto apresenta, ainda que sucintamente, a forma que se deu o processo no cenário político brasileiro no período de 1930 a 1945, que se deu sucessivamente nos moldes do liberalismo; o surgimento de idéias comunistas que ao mesmo tempo em que trouxe uma nova possibilidade trouxe também desconfiança; a tomada do poder por Getúlio Vargas e como o seu regime se deu ao estilo latino-americano; o enfrentamento entre forças fascistas, representado pelo partido AIB, e dos militares a fim de manter o poder estatal em voga.

Durante todo este período, o Brasil teve um ambiente rico em possibilidades políticas. E indiferentemente da visão política de quem está comandando, aprendemos que sempre haverá a tentativa de estender o poder e/ou de promover um silencio obsequioso – e aqui tomo a liberdade de usar profanamente tal termo – aos diferentes, que possuem uma maneira de compreender o mundo e suas relações de poder diferentemente dos governantes.

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